O vórtice hexagonal de Saturno confundiu os astrônomos por quase trinta anos, mas o enigma da tempestade de seis lados misteriosa no polo norte do planeta pode ter sido, finalmente, resolvido.
A estrutura geométrica incomum, com cerca de 32.187 km de largura, gira a quase exatamente a mesma taxa em que Saturno gira sobre seu eixo. Agora, os cientistas acreditam que ela seja formada por ventos, de forma semelhante à nossa própria corrente de jato ártico, em torno do polo, com nuvens sendo empurradas abaixo da tempestade.
Os resultados fornecem uma solução “simples” para as propriedades do estranho vórtice, de acordo com astrônomos. Escrevendo no jornal Astrophysical Journal Letters, o professor Raul Morales-Juberías, cientista planetário no Instituto Novo México de Mineração e Tecnologia em Socorro, juntamente com seus colegas, disse que a chave para a forma parecia ser a altura da corrente de jato.

Eles construíram modelos de computador de densa atmosfera de Saturno, no hemisfério norte, para ver como ventos em diferentes níveis podem se comportar. “Esforços anteriores de modelagem numérica conseguiram reproduzir algumas, mas não todas, características do hexágono. Nós apresentamos simulações numéricas que mostram que instabilidades em jatos rasos podem equilibrar o vórtice de forma parecida com a morfologia e a fase de velocidade observada no hexágono norte de Saturno. Nós também achamos que os ventos na parte inferior do modelo são tão importantes quanto os ventos a nível das nuvens, combinando características observadas no hexágono, em particular a sua velocidade de deriva e sua forma nítida”, disse ele.
O hexágono em Saturno foi descoberto pela primeira vez em 1988, em imagens tiradas pela nave espacial Voyager, da Nasa, quando ela passou pelo planeta, no início de 1980.

As novas descobertas sugerem que os ventos abaixo da corrente de jato são responsáveis por deixar esta corrente de ar em sua forma geométrica, por empurrá-la. Isso ajuda a explicar o motivo pelo qual o hexágono não é influenciado por mudanças sazonais, disseram os pesquisadores.
Espera-se que, ao estudar o movimento do hexágono, possa ser possível entender mais sobre os ventos que estão escondidos sob as nuvens de tempestade na atmosfera superior do gigante de gás. Em declarações à Space.com, o professor Raul disse: “Com um modelo muito simples, conseguimos combinar muitas das propriedades observadas no hexágono”.
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