Representação dos dez "Jupíteres quentes" estudados através de dados coletados pelo Hubble e Spitzer.
Estudar planetas gasosos e gigantes, como o nosso Júpiter, que estão fora do Sistema Solar sempre foi um desafio para os astrônomos. Como eles orbitam muito perto dos seus "sóis", o que faz a sua temperatura ser bastante alta, é muito complicado estudar esses planetas sem ser ofuscados pelo brilho intenso dessas estrelas. Uma equipe de pesquisadores internacionais conseguiu superar essa dificuldade e elaborou um estudo sobre as atmosferas de dez desses exoplanetas parecidos com Júpiter, conhecidos como "Jupíteres quentes", uma investigação sem precedentes na ciência espacial. E mais: descobriram que a atmosfera desses planetas esconde moléculas de água.
A presença de água não era passível de visualização apenas com os dados coletados pelo telescópio espacial Hubble, da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) e ESA (Agência Espacial Europeia). O Hubble foi o único telescópio a explorar Jupíteres quentes e o fazia através de uma gama limitada de comprimentos de onda. Os estudos iniciais mostravam que esses planetas absorviam menos água do que era esperado. Apenas três das atmosferas planetárias de Jupíteres quentes haviam sido estudadas com detalhes.
Com o novo estudo, esse catálogo aumentou para dez, investigados através do cruzamento de dados de dois telescópios espaciais, o Hubble e o Spitzer, também da Nasa. A soma da capacidade dos dois instrumentos permitiu aos astrônomos ampliarem a cobertura do comprimento de onda, o que, consequentemente, aumentou o poder de visualização desses planetas. "Essa é a primeira vez que nós temos cobertura de comprimentos de onda suficiente para conseguir comparar múltiplas características de um planeta para outro. Nós descobrimos que as atmosferas planetárias são mais diversas do que esperávamos", afirmou David Sing, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, líder do novo estudo.
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