Pela primeira vez, os cientistas conseguiram observar um planeta sendo formado.
Além disso, os astrônomos capturaram imagens de partículas de poeira e gás se acumulando para formar um protoplaneta (condensação de matéria da fase inicial na evolução de um planeta) em um sistema solar distante.
Pesquisadores dos EUA e da Austrália observaram o fenômeno no sistema solar, em torno de uma estrela chamada LkCa 15, localizada a 450 anos-luz de distância da Terra. Observar um planeta em formação pela primeira vez foi particularmente emocionante para os astrônomos, pois, dos quase 2.000 exoplanetas até agora identificados, nenhum deles está em processo de formação.
“Esta é a primeira vez que temos de um planeta que podemos dizer que ainda está se formando", disse Stephanie Sallum, astrônoma da Universidade do Arizona, nos EUA, que liderou o estudo com a colega, Kate Follett, pesquisadora da Universidade de Stanford. “Sempre houve explicações alternativas, mas, neste caso, tivemos uma imagem direta, e é difícil de contestar isso”, acrescentou Kate.
Os resultados, publicados na revista Nature, descrevem como LkCa15 é cercada por um tipo especial de disco protoplanetário, que se forma em torno de estrelas jovens nos restos que permanecem após a estrela ter se formado.
A hipótese dos pesquisadores, agora apoiada por suas imagens, é que os planetas se formam no interior do disco, junto dos escombros e poeira. “O motivo pelo qual observávamos este sistema é porque ele é construído em torno de uma estrela muito jovem que tem material de sobra para o processo de formação estelar. É como um grande donut”, acrescentou Kate.
LkCa15 possui, aproximadamente, 2 milhões de anos, sendo relativamente jovem para uma estrela, e recente o bastante para que o sistema ainda apresente um disco de detritos a sua volta, capaz de dar origem a novos planetas. Até três planetas estão em processo de formação em torno da estrela, segundo os pesquisadores, que acompanham o movimento planetário local entre 2009 e 2015, utilizando ferramentas avançadas, incluindo o maior telescópio do mundo, o Grande Telescópio Binocular (LBT), no Arizona, e o telescópio Magellan, no Chile.
Não se sabia explicar, anteriormente, o que seriam tais diferenças, mas agora que os pesquisadores identificaram com sucesso as formações que ocorrem no LkCa 15, podem tornar a identificação mais simples para os cientistas, com formações semelhantes em sistemas de estrelas distantes. “Esta foi uma tempestade perfeita de um problema observacional. Estamos tentando ver planetas muito tênues através do brilho de uma estrela”, disse um dos pesquisadores, Peter Tuthill, da Universidade de Sydney, na Austrália.
(Fonte: JornalCiência)
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